Um dos grandes destaques do Congresso Europeu de Diabetes, realizado em Estocolmo em setembro deste ano, foi a apresentação do estudo chamado Empa-Reg, sobre uma nova classe de medicação para diabetes. Esta medicação foi lançada no Brasil neste ano, e já é bastante utilizada. A droga, chamada empaglifozina, atua na reabsorção da glicose filtrada pelos rins. Sua função é diminuir a reabsorção renal de glicose e, consequentemente, aumentar sua eliminação através da urina. Permite que haja uma eliminação de até 78 gramas de glicose na urina, o que equivale a aproximadamente seis colheres de sopa de açúcar, que têm em média 312 calorias. Com este mecanismo de ação, a medicação pode contribuir para a perda de peso corporal, além de redução da pressão arterial e de outros benefícios, em pacientes com diabetes tipo 2.
Já haviam sido demonstrados excelentes resultados com a medicação. No entanto, no Congresso Europeu de Diabetes, esse estudo foi o destaque das apresentações.
O estudo apresentado foi realizado em pacientes diabéticos com doenças cardíacas já instaladas, ou seja, pessoas de alto risco. Demonstrou neste grupo de pacientes, resultados muito otimistas quanto à redução de mortalidade, tanto por eventos cardiovasculares, quanto até por todas as causas.
Os resultados apresentados neste grupo de pacientes cardiopatas são realmente excelentes. São resultados que nenhuma medicação para diabetes havia demonstrado até então.
Entre os resultados apresentados, demonstrou redução de 32% de mortalidade por todas as causas. Redução de 38% do risco de mortalidade cardiovascular. Redução de 35% de hospitalização por insuficiência cardíaca. São considerados realmente resultados muito significativos.
Acredita-se que tais resultados, apresentados com a empaglifozina, se estendam para toda a classe de medicamentos, que apresentam o mesmo mecanismo de ação, como a dapaglifozina e a canaglifozina. Cada uma dessas substâncias, de acordo com o laboratório que a fabrica, é comercializada com nomes diferentes.
A apresentação desses resultados do estudo no Congresso Europeu de Diabetes foi tão surpreendente, que foi aplaudido de pé pelos médicos presentes, além de ter sido publicado, logo após sua apresentação, no New England Journal of Medicine e na mesma noite já estava na página online do New York Times.
Hoje temos a nossa disposição medicamentos, além desses comentados neste estudo, que nos deixam a cada dia mais otimistas em relação ao tratamento do diabetes tipo 2. Com acompanhamento e o uso da medicação certa para cada caso, é possível conviver muito bem com o diabetes, de forma saudável e vida longa!