Antes de falar sobre a influência dos exercícios na saúde óssea, são necessárias algumas explicações sobre como o osso é formado e absorvido. Um processo permanente em toda vida, mas com diferenças em cada idade.
Basicamente, os elementos celulares do ósseo são divididos em células da linha osteoblástica, que são as responsáveis pelo processo de formação óssea e células da linha osteoclástica, que são as caracterizadas pela sua reabsorção.
Os osteócitos, que fazem parte da linha osteoblástica (formação óssea), estão proporcionalmente em maior número e se instalam em uma complexa organização, sendo capazes de captar as alterações de estímulos mecânicos sobre o osso e ativar o processo de remodelação óssea. São considerados os guardiões do tecido ósseo.
Já os osteoclastos desempenham a função de remodelação e de renovação do osso. São responsáveis pela reabsorção, através de um processo altamente organizado e sequencial.
A remodelação óssea orienta-se através de solicitações mecânicas e também em correção e remoção de áreas danificadas.
Quais seriam as solicitações mecânicas? As decorrentes da ação da gravidade ou da atividade muscular.
Uma característica importante a ser relatada é que, em períodos prolongados de inatividade física, pode haver uma perda significativa de massa óssea por “desuso”. E o inverso também acontece, a atividade física leva habitualmente ao aumento da massa óssea, dependendo da intensidade e da frequência do esforço realizado. Como isso acontece?
Estudos mostram que exercícios de impacto provocam microfraturas no esqueleto, assim também como a força do músculo sobre o osso. Essa pressão estimula a remodelação e formação de ossos novos. Sem exercício, principalmente na adolescência, não haverá um bom pico de massa óssea, pois essa função não terá sido ativada de forma adequada.
Na vida adulta, atividade física funciona como prevenção de perda.
Quem é sedentário perde mais massa óssea porque não ativa a remodelação.
Estudos demonstram que a massa óssea é diferente até em atletas, dependendo da modalidade que praticam. Ginastas e corredores normalmente têm mais massa óssea que nadadores. A água elimina o impacto do exercício, consequentemente, causando menos microfraturas e menos remodelação óssea.
Para os jovens em fase de maior construção óssea, os exercícios mais recomendados são os de impacto, como vôlei, futebol e handebol.
A natação não seria o mais recomendado na osteoporose, no entanto, melhora a força muscular, a coordenação e o equilíbrio, diminuindo as chances de quedas e possíveis fraturas.
Para o idoso, a musculação, desde que bem acompanhada e devidamente orientada, seria uma ótima opção.
Para garantir uma saúde óssea, enfatizo a necessidade de hábitos saudáveis em todas as fases da vida: atividade física regular, alimentação com uma ingestão adequada de cálcio e exposição ao sol de 15 a 20 minutos ao dia.