COMO É A EVOLUÇÃO PARA O DIABETES TIPO 2?

 

O diabetes tipo 2 acomete mais frequentemente indivíduos acima de 40 anos e é responsável por mais de 85% dos casos de diabetes. Geralmente ocorre em pacientes com sobrepeso, obesos ou até magros pela classificação de IMC (índice de massa corporal), mas com acúmulo de gordura na região abdominal. Em 85 a 90% dos casos, o paciente com diabetes tipo 2 tem resistência insulínica.

A resistência insulínica pode ser considerada a principal desencadeadora do diabetes tipo 2, pois ocorre em lugares que levam ao aumento de glicose. No fígado, ela provoca uma produção exagerada de glicose, mesmo sem o alimento. Já no músculo, ela causa uma captação deficiente da glicose, mesmo após uma refeição rica em açúcares.

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Este processo é evolutivo, pois as células beta pancreáticas tentam compensar esta resistência, produzindo mais insulina, e mantendo a glicemia normal. No entanto, com o tempo, as células beta pancreáticas são danificadas pelo trabalho excessivo e começam a falhar. Neste momento, a glicemia começa a subir, levando a uma fase inicial, chamada tolerância diminuída ao açúcar. Com a evolução do quadro, a glicemia se eleva ainda mais. Consequentemente, surge o diabetes tipo 2.

Portanto, ter uma glicemia normal não significa que este processo não esteja acontecendo. Existem muitos passos até o desencadeamento do diabetes, daí, a necessidade de informação e orientação à população em geral. Essas etapas podem ser interrompidas no momento certo, com apenas mudanças de estilo de vida.

Na ocasião do diagnóstico do diabetes, a função da célula beta pancreática já está reduzida em 50% e, com a evolução da doença, esta função vai se reduzindo ainda mais.

QUANDO SE PREOCUPAR COM O RISCO DE DIABETES?

· Excesso de peso
· Aumento da circunferência abdominal
· Pacientes com parentes de primeiro grau com diabetes tipo 2
· História de diabetes gestacional
· Diagnóstico prévio de glicemias de jejum alteradas ou de tolerância diminuída ao açúcar.
· Sedentarismo
· Hipertensão, dislipidemia (colesterol e triglicerídeos aumentados)

QUAIS OS SINTOMAS DO DIABETES TIPO 2?

Muitas vezes, os sintomas do diabetes tipo 2, principalmente na fase inicial, podem estar ausentes. Por isso, pacientes com risco aumentado, necessitam de atenção.
A glicose muito alta provoca sintomas que permitem o reconhecimento clínico da doença. Muita sede, muita fome, excesso de vontade de urinar, perda de peso inexplicada, visão turva, maior predisposição a infecções (por exemplo, candidíases).
Em algumas situações, o diagnóstico de diabetes acaba sendo realizado já com muitos anos de início da doença, com o quadro avançado, e apresentando suas complicações crônicas, com comprometimento de olhos, nervos, rins, além de coração e sistema circulatório.

COMO FAZER O DIAGNÓSTICO?

O método mais simples para o diagnóstico do diabetes é a dosagem da glicemia de jejum. São consideradas normais glicemias de jejum de até 99mg/dl. Glicemias de 100 a 125 mg/dl são consideradas alteradas (tolerância diminuída ao açúcar) e glicemias a partir de 126 mg/dl indicam diabetes.
Em algumas situações, é indicado o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG). Neste teste, duas horas após a ingestão de 75g de dextrosol, se encontrarmos uma glicemia acima de 200 mg/dl também faz o diagnóstico de diabetes. Glicemias entre 140 e 200mg/dl mostram risco aumentado para diabetes e abaixo de 140mg/dl é considerado normal.
A hemoglobina glicosilada pode ser utilizada, além do acompanhamento de diabetes, também para seu diagnóstico. Valores de 5,7 a 6,4% mostram risco aumentado para diabetes e valores de 6,5% ou acima, também contribui para a realização do diagnóstico de diabetes.

COMO PLANEJAR O TRATAMENTO?

Após o estabelecimento do diagnóstico do diabetes, é necessário a avaliação da etapa evolutiva em que se encontra a doença, para a partir daí, selecionar a melhor medicação a ser instituída. A mudança de estilo de vida, gerada por uma nova mentalidade (alimentação saudável e atividade física regular) com a manutenção de um peso saudável, é de fundamental importância.

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